domingo, 25 de julho de 2010

Para beijar, basta treinar!


O primeiro beijo a gente nunca esquece. Mesmo que tenha sido ruim. Aliás, principalmente se tiver sido ruim, porque é a partir de então que tomamos consciência de que precisamos treinar para melhorar o nosso desempenho.

Tenho muitas lembranças das conversas na escola, onde as amigas se reuniam para trocar dicas de como beijar melhor. Mas eu só fui dar ouvido a elas depois do desastre do meu primo bacio. Foi uma mistura de nervosismo, inexperiência, muita baba, línguas que não cabiam dentro das respectivas bocas e, pra completar, os arames do aparelho que resolveram se soltar, enfim... uma tragédia. Mas depois disso, aprendi várias técnicas.

Tinha o treino na laranja: depois da fruta descascada e devidamente partida, era só pegar uma metade e ir apreciando com a língua. A laranja ia pingando na mão, no queixo, começava a cair no pescoço, na roupa e virava uma lambança só.

Também tinha o treino no espelho: esse era fácil. Bastava estacionar em frente ao nosso próprio reflexo, levar a boca em um ato de narcisismo explícito e começar a beijar. O problema era o nariz. Pelo menos pra mim, já que eu simplesmente não encontrava um lugar para colocá-lo. No fim das contas, eu tinha um espelho todo babado, um nariz todo vermelho e não tinha aprendido nadica de nada.

Não posso deixar de comentar sobre o treino do gelo. Neste caso era preciso colocar o gelo em um copo pequeno e tentar pegá-lo com a língua. Após atingir este objetivo, era só colocá-lo na boca e deixar que ele deslizasse delicadamente. Conclusão: a boca ficava congelada, os movimentos faciais praticamente paralisados e eu ainda não tinha aprendido a beijar.

Para finalizar tinha o treino no braço. Sabe aquela dobrinha interna do cotovelo? A técnica era incrível: bastava passar a língua de um lado pro outro, naquele espacinho entre o braço e o antebraço. Mas isso devia sempre ser feito com a pele bem limpa, a fim de evitar os tradicionais gostinhos de suor, poeira ou creme hidratante na boca. Eca!

Mas eu confesso que todas essas técnicas não passaram de perda de tempo. É beijando que a gente aprende a beijar, apesar de todos os pesares nesse meio tempo. E não é por nada, não, viu... mas é cada beijo ruim que aparece por aí, que até laranja afina! Por isso, na próxima crônica eu vou comentar sobre os piores tipos de beijo que eu já tive notícias.


Be.



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